A nouvelle vague e o cinema adolescente norte-americano: uma aproximação a partir do filme “o clube dos cinco”

ANPUH – XXIII SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA – Londrina, 2005.

A Nouvelle Vague e o cinema adolescente norte-americano: uma aproximação a partir do filme “O Clube dos Cinco”

CÉSAR OTAVIO CUNDARI DA ROCHA SANTOS Em meados do século XX as artes sofreram severas transformações conceituais, seja no campo da literatura, da arquitetura, das artes plásticas ou do cinema. Estas modificações eram conseqüentes de certas características do chamado pós-modernismo. Para Mike Featherstone, as principais características da pós-modernidade, ao menos dentro das artes, eram as seguintes: “a abolição da fronteira entre arte e vida cotidiana; a derrocada da distinção hierárquica entre alta-cultura e cultura de massa/popular; uma promiscuidade estilística, favorecendo o ecletismo e a mistura de códigos; paródia, pastiche, ironia, diversão e a celebração da ‘ausência de profundidade’ da cultura; o declínio da originalidade/genialidade do produtor artístico e a suposição de que a arte pode ser somente repetição”.1 Torna-se claro que esta nova forma de se encarar o mundo tratava-se de uma exacerbação do modernismo, onde “o instintivo e o prazer liberados para levar a lógica modernista a suas últimas conseqüências”.2 Isto nos leva a uma questão: com o estreitamento da distinção entre a vida cotidiana e a arte, o que aconteceria com esta3? A arte agora tinha nova cara e nova função. Não era mais estática e distante. Tudo agora tinha e era arte. Ela agora fazia muito mais parte do nosso diaa-dia, nos identificava, socialmente, etnicamente, culturalmente e economicamente. Esta nova forma de arte tinha uma característica indispensável para tudo o que estaria por vir, nas artes e no cinema especialmente, ela passa a ser dessacralizada. Com isto, cria-se um dilema, de que forma o cinema americano poderia lidar com estas inovações, sem que assim perdesse suas características e sua identidade. Principalmente por causa da crise interna sem precedentes por qual passava o cinema. Não bastando