A lógica da sobrevivência política

390 palavras 2 páginas
O livro introduz a teoria do "seleitorado”, na qual se afirma que todas as ações de um líder têm como maior objetivo a sua permanência no poder, seja numa democracia ou autocracia.
Nessa teoria, os membros da sociedade fazem parte de três grandes grupos. São eles:
1. os residentes (N);
2. o seleitorado (S);
3. os membros da coalizão vitoriosa (W).
O seleitorado são aqueles que, dentro do grupo dos residentes, escolhem o líder. Dentro do grupo do seleitorado, por sua vez, existem os membros da coalizão vitoriosa, que sustentam o líder e são essenciais para a manutenção de seu poder. Esses grupos influenciam as ações do líder, cada um em uma diferente proporção.
A "norma de lealdade", que é descrita como a relação W/S, determina ações altruístas (mais comuns em democracias) ou corrupção (mais comuns em autocracias) do líder; essas características, portanto, não são relativas individualmente a cada líder, mas resultado das pressões desses grupos. Quanto maior a relação W/S, ou seja, quanto maior for a participação dos membros de W em S (como acontece em democracias, quando os votos referentes a um sucessor são a maioria), o líder se apoia na instauração de bens públicos (como a educação, saúde e crescimento econômico) que beneficiam tanto aqueles que fazem parte de W quanto os que não fazem parte dela. Em autocracias, por outro lado, onde a relação W/S comumente é pequena, o líder consegue uma maior lealdade de W com a concessão de bens privados a esse grupo, incluindo práticas corruptas e rent-seeking, em vez de bens públicos que beneficiem a todos.
Dessa maneira, o autor pode responder à pergunta que é exposta no início do livro: “por que autocratas duram no poder por volta de duas vezes mais tempo que democratas?”. Numa democracia, na qual todos recebem benefícios, é mais fácil para um membro da coalização vitoriosa deixar de apoiar o líder, enquanto que em regimes ditatoriais, a ameaça de perda de benefícios daqueles que fazem parte de um pequeno W em

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