A Literatura Como Monumento na História Literária

339 palavras 2 páginas
A LITERATURA COMO MONUMENTO NA HISTÓRIA LITERÁRIA

Embora a literatura esteja em constantes relações com outras atividades humanas, ela tem seus caracteres e funções específicos e desenvolvimento próprio que é irredutível a qualquer atividade diversa; de outro modo, cessaria de ser literatura e perderia a razão de ser: tornar-se-ia filosofia, religião, ética de segunda classe, ou mesmo, propaganda...

René Wellek

Um dos assuntos mais controversos, quando se trata de literatura, é sua abordagem: de um lado a história literária histórica, que examina a literatura através das circunstâncias que envolvem sua criação, estudando-a como uma fonte histórica, um documento; de outro, os anti-historicistas que reagem a esse tipo de estudo com a afirmativa de que o valor de uma obra literária é reduzido se tentamos explicá-la a partir apenas de seu contexto histórico, social ou econômico. Afrânio Coutinho destaca que:

[...] A história literária pode ser concebida também como a história de uma arte, encarada a literatura como esta arte, isto é, as obras produzidas pela imaginação: poesia, romance, epopéia. As obras de arte são, assim vistas, não como “documentos”, mas como “monumentos”. (1986, p. 10).

Uma das reservas em se examinar uma obra literária visando apenas seu contexto, é que ela corre o risco de não ser tratada como arte: corre o risco de ser caracterizada apenas por sua época e não pelo seu valor e significado.

As obras literárias são tratadas como monumentos quando se leva em conta seu contexto histórico e seu valor, mas, sobretudo quando se valoram traços estilísticos, temas, gêneros, técnicas, elementos estruturais etc (COUTINHO,1986). A importância de se destacarem os elementos que compõem uma obra literária é que apenas assim a literatura será vista como arte, como monumento, e não apenas como textos científicos.

Referências

COUTINHO, Afrânio. Preliminares: A questão da história literária. In: ______. A literatura no Brasil. 3. ed.

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