A legitimação pós-metafísica do direito e o conceito liberal de espaço público
A metafisica é um ramo da filosofia que estuda a essência das coisas e do ser. Ela busca explicar o mundo por meio de outro mundo que transcende a experiência sensível. A metafísica sofreu algumas alterações nas suas frentes de investigações por filósofos racionalistas na Idade Moderna, se dividindo em teologia racional, que trata do ser divino e suas relações com os demais seres, a cosmologia racional, que trata dos princípios fundamentais da constituição do cosmos e a psicologia racional, que trata da substancia espiritual e de suas relações com a matéria. A metafísica teve grande influência na filosofia política da Antiguidade até a Modernidade, pois muitas noções como a de Estado Ideal, legitimidade da autoridade e forma de governo, se sustentaram através de ideais metafísicos como: ordem natural do cosmos, natureza humana, razão divina e direito natural.
Esse pensamento metafisico por explicar as coisas de forma não empírica, ou seja, somente através de idealizações foi muito criticado por diversos filósofos e isso fez com que Habermas criasse bases para o pensamento pós-metafísico. Habermas mostra que aconteceram três fatos que colaboraram e muito para o abandono dos fundamentos metafísicos, que foram: o advento da racionalidade metódica, a erupção da consciência histórica e o enfraquecimento do conceito de teoria. A racionalidade metódica ocorreu com o crescimento das ciências da natureza e também das ciências humanas, que ganharam espaço formulando novas teorias jurídicas, morais e políticas. A consciência história seria o conhecimento da historicidade do presente, ou seja, os acontecimentos que fizeram chegar ao presente da forma que está.
Através desses acontecimentos, o pensamento metafísico que era tido como pensamento racional no século XVIII, se tornou um pensamento especulativo no século XIX, fazendo como que o pensamento pós-metafísico tomasse o seu lugar. Com