A Inquisi o Historia Medieval
Entre os séculos XI e XII, as penas de morte para os hereges não eram mais um fato inédito, mas a maioria do corpo eclesiástico ainda relutava em aceitar a situação. Em 1144, Wazo, bispo de Liège, salvou a vida de alguns cátaros que a multidão queria jogar na fogueira. O arcebispo de Milão também protestou contra a multidão que havia linchado alguns hereges. Bernardo de Chiaravalle, que contribuiu para prender vários hereges, declarou, no entanto, que estes deveriam, ser conquistados com a razão, e não com a força. Em 1162, o papa Alexandre III (1159-1181), julgando o caso de alguns cátaros, declarou que “era melhor perdoar o culpado do que tirar a vida de um inocente”. Em 1165, em Narbone, um debate público pacífico explicou a diferença entre católicos e cátaros. Em suma, na Igreja, observavam-se várias tendências sobre como lidar com os hereges. Na verdade, foi o próprio “clemente” Alexandre III que deu um passo muito importante para o nascimento da futura Inquisição. Usando as deliberações do Terceiro Concílio de Latrão, ele daria aos bispos ordens expressas para investigar sobre os hereges, mesmo com base em meras suspeitas. Ao poder leigo foi reservado o papel de subordinado do braço executivo da instituição eclesiástica. Inocêncio III (1198-1216), com os decretos Licet heli, de 1199, e Qualiter ET quando, de 1206, estabeleceu que a acusação de heresia podia ser formalizada mesmo com base em “fama pública”, ou seja, nos boatos que corriam sobre dada pessoa. Em 1229, um concílio reunido em Toulouse, em uma região que retomara a “verdeira fé” com as armas e o extermínio, criou oficialmente o Tribunal da Santa Inquisição. Mais tarde, o para Gregório IX (1227-1241) tirou dos bispos o controle dos processos contra os hereges e os confiou a comissários especiais escolhidos entre dominicanos e franciscanos. Justamente os membros das ordens mendicantes, que haviam sido acusadas de heresia, tornaram-se os mais ferrenhos perseguidos de quem professava