A Educação Sob a Óptica de Richard Rorty

A Educação Sob a Óptica de Richard Rorty: a partir das considerações acerca de Arcilla

Weriquison Simer Curbani

No texto “Os Perigos da Sobre-filosoficação”, Rorty se põe, de maneira mais específica, a tratar das problemáticas que giram em torno do tema educação. Logo no inicio do artigo, supracitado, o nomeado autor, em tons de questionamentos e desconfianças, diz textualmente que “tem lá suas dúvidas a respeito da relevância da filosofia para a educação” 1, da mesma forma que questiona a relevância da filosofia para a política. Ao que parece, nada mais coerente para quem alimenta uma perspectiva ironista 2 de encarar as questões que se lhes apresenta.
Sabemos que Rorty critica a ideia de uma investida redentora para solucionar os problemas do mundo, ou seja, se opõe à busca por uma “verdade redentora” 3 que nos servisse, a todos, como a formula única à qual teríamos de nos curvar e admiti-la adequada à humanidade. Ao contrário disso, parece bem mais pertinente, segundo o viés rortyano, orientar-se no sentido de questionar as verdades ditas já estabelecidas, e propor novas possibilidades de narrativas que, poderiam vir a contribuir para os assuntos que demandassem.
Além disso, há na aceitação de outras narrativas – em oposição a uma solução única e cabal – a realização democrática do convívio de todos para com todos e, com isso, a valorização e interação dos vários discursos que, por assim dizer, permitiriam uma maior liberdade e probabilidade de lidar com os desafios que surgissem, já que, o leque de contribuição dos vários olhares seria maior e diverso.
É por essa razão, que a cultura ironista, à qual Rorty partilha, deve desconfiar inclusive do próprio discurso, “vocabulário final” 4 ao qual sustenta. Nisso consiste toda a sagacidade de ter o cuidado para tratar de alguma questão proposta, como a da educação no texto acima mencionado.
Ao analisar qual o papel da filosofia diante do problema “educação”, Rorty – apesar de ver a filosofia com uma “função