A Doutrina Americana

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O “sonho” de cooperação continental na América nasceu nos primeiros anos após as independências, com a iniciativa de Simón Bolívar (1783-1830) de convocar as novas nações para discutir as formas de colaboração. O primeiro encontro internacional ocorreu num Congresso realizado no Panamá em 1826. Predominava, então, uma visão idealizada acerca da possível aproximação entre os países do Novo Mundo.

Até o fim do século XIX, uma outra imagem de integração, mais pragmática e capitaneada pelos Estados Unidos, passou a predominar. Sua base ficou conhecida como Doutrina Monroe, sintetizada pela clássica expressão “América para os americanos”, segundo a qual o presidente
James Monroe (1758-1831) defendia uma espécie de autonomia das Américas, monitorada pelos norte-americanos.
O crescimento dos conflitos na região evidenciou a supremacia dos interesses locais em relação a uma possível unidade do continente, apesar do esforço em manter esse ideal de união americana na série de conferências realizadas, de 1848 até 1888, no Peru, no Chile, na
Venezuela e no Uruguai. O fracasso na construção do “sonho bolivariano” resultou num arrefecimento do (mais tarde denominado) pan-americanismo latino, abrindo espaço para o pan-americanismo norte-americano.
A partir daí é que se desenvolveu, efetivamente, a perspectiva integracionista. A Primeira Conferência Internacional Americana, que ocorreu entre os dias 2 de outubro de 1889 e 19 de abril de 1890, marcou o início oficial do pan-americanismo. Já a expressão Pan-América apareceu inicialmente na imprensa norte-americana, que começou a utilizá-la, por sua conta, alguns meses antes do evento, e acabou tornando-se designação oficial: Conferência Pan-Americana. Com o tempo, o termo pan-americanismo difundiu-se e passou a denominar o conjunto de políticas de incentivo à integração dos países americanos, sob a hegemonia dos Estados Unidos.
Pan-Americanismo: as duas vertentes e várias faces da solidariedade no continente americano

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