A CONSTRUÇÃO DA HIDRELÉTRICA DE JIRAU
Resumo
Neste artigo faz-se uma avaliação da possível melhoria das condições de vida dos atingidos pela construção da hidrelétrica de Jirau, no Município de Porto Velho, Estado de Rondônia, a partir de estudos do Projeto Básico Ambiental (PBA), Estudo de Impacto Ambiental-EIA/Relatório de Impacto Ambiental-RIMA, Licença Prévia e Licença de Instalação do empreendimento, ou seja, desde o planejamento até sua implantação, com prioridade às famílias reassentadas, moradoras do Distrito de Mutum-Paraná. Com bases nesses estudos e nas entrevistas realizadas, foi possível uma reflexão sobre como a comunidade foi obrigada a mudar sua infraestrutura e seu cotidiano, transformando sua história. Além disso, a pesquisa realizada permitiu: Quantificar e qualificar as consequências na vida dos habitantes, em decorrência da realocação das suas residências; identificar o perfil dos moradores e detectar a percepção dos mesmos sobre a melhoria de suas condições de vida. Como principal conclusão, pode-se perceber que não houve uma adequada reinserção no novo espaço onde foram realocados, causando uma mudança considerável em seu cotidiano.
Palavras-chave: Usinas hidrelétricas, cotidiano, mudança compulsória.
Introdução
É indiscutível a necessidade de energia elétrica que o Brasil possui, e as usinas hidrelétricas são vistas como fundamentais para a matriz energética do País. Nessa perspectiva surge à implantação das usinas hidrelétricas de Santo Antonio e Jirau, julgadas como as únicas que têm condições de minorar os riscos de racionamento ou mesmo de excluir a possibilidade de desabastecimento. No entanto, se percebe que o grande desafio é o remanejamento populacional, uma vez que os impactos causados atingem diretamente pessoas, suas fontes de renda, promove corte de laços afetivos e culturais, alterando assim o seu cotidiano.
Estes empreendimentos estão em