A arte do Jornalismo Literário
Por Karoline Leandro Santos
Jornalismo literário é uma miscelânea de fatos da realidade contados de forma literária. Informa, preservando a essência jornalística, porém ganha em estrutura narrativa, aprofundamento de conteúdo e vocabulário. Não traz consigo só uma notícia, mas também uma história, e é isso que faz John Hersey, Joseph Mitchell, Truman Capote, Gay Talese e Eliane Brum pioneiros do gênero.
A revista The New Yorker teve grande influência na disseminação do jornalismo literário, dedicando toda uma edição a “Hiroshima”, de John Hersey, em 1946. Matinas Suzuki Jr. Conta, em “Jornalismo com H”, como John Hersey precisou de 31.347 palavras para explicar como uma única explosão matou 100 mil pessoas, feriu seriamente o corpo de mais 100 mil e machucou a alma da humanidade. Liderando as listas de “melhor reportagem” já escrita, Hiroshima é considerado por muitos o inicio do jornalismo literário moderno.
Outro autor publicado na New Yorker foi Joshep Mitchell. Em “O homem que escutava”, de João Moreira Salles conta como Mitchell fazia o banal virar extraordinário apenas sendo paciente, observando e escutando. A revista The New Yorker cultivava a liberdade, deixando seus escritores criarem suas próprias pautas, o que era perfeito para talentos florescerem. Ao contrário do jornalismo investigativo, que busca um furo de notícia, Mitchell escrevia sobre o que estava diante dos olhos de todos, mas que ninguém prestava muita atenção. Outra característica do escritor, é que não cumpria prazos alheios, pois suas histórias nasciam de convívio intimo com o mundo narrado.
Truman Capote gerou bastante polêmica ao contar a história de quatro membros de uma família brutalmente assassinada e de dois assassinos executados cinco anos depois. Também publicado no The New Yorker, “A Sangue Frio” saiu em quatro edições seqüenciais, em 1965. “Nem tudo é verdade apesar de verdadeiro”, de Matinas Suzuki Jr, conta sobre as polêmicas em