zona sul paulista ocupações
Quando fomos às ocupações na zona sul, era visível a diferença de realidade comparada com a que vivemos no cotidiano. As pessoas ou estavam com um olhar triste, sem humor ou estavam rindo e brincando como única forma de esconder a tristeza de viver naquelas condições. O Estado é o principal responsável por mediar as classes sociais e evitar conflitos entre elas. Ao mesmo tempo que ele as iguala, ele evidencia suas diferenças garantindo a propriedade privada da minoria rica, porém a única coisa que ele faz é impor novas leis e impostos achando que isso talvez esconda do mundo como é a vida de verdade nesses lugares. Se algumas das pessoas vivessem nas condições onde vimos que eles vivem nas ocupações, talvez a compaixão pelo próximo seria maior. A maioria da população esquece desses casos “raros” (inclusive nós) pois não afeta sua rotina corrida.
Uma hierarquia social apenas se estabelece na cidade que é segregada onde o trabalho assalariado foi se expandindo para todas as áreas da cidade, a questão é que nem todos têm a possibilidade de estar entre os que conseguem o emprego. Afinal, é a desigualdade social que garante o capitalismo, e o Estado contribui para isso garantindo a propriedade privada. Foi possível observar essa diferença de realidade enquanto ainda estávamos no trem, o público mudava, a paisagem mudava e quando fomos sair, quase ficamos para trás: as pessoas não nos deixavam sair do trem pois estavam tentando entrar. Vejo isso como uma realidade diferente, as pessoas naquela área estão preocupadas em correr para o trabalho e conseguir seu salário não muito grande para garantir o sustento de sua família.
Falando em emprego, vemos as pessoas das áreas mais pobres da cidade sempre sendo os empregados. Dentro das classes sociais o modo de produção está associado à divisão, de modo que quem detém o capital detém o meio de produção. Os ricos detêm os meios e os pobres trabalham para eles. Isso é visível na história também, uma