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O que significa um "califado islâmico"?

Militantes do EIIL (Estado Islâmico no Iraque e no Levante) declararam, na semana passada, a instituição de um “califado islâmico” em seu território recém-conquistado. Eles elegeram um califa, convidaram muçulmanos a se unir ao “Dar al-Islam”, declararam a necessidade de empreender o “jihad” –e deixaram, assim, espectadores estupefatos em todos os seus arredores.

A notícia é terrível. A visão rígida que esses militantes têm do islã significará que, enquanto tiverem o controle de qualquer território, irão impôr ali a lei violenta da fé. Eles proibirão de música à presença de mulheres nos espaços públicos e eliminarão, na ponta da lança, os “kafirin”.

As novas são, também, complexas. Li recentemente o documento da declaração oficial do califado, em um texto repleto de referências à história e pensamento islâmicos. Vocês podem ler clicando aqui. Mas pensei que pudesse ser útil discutirmos neste Orientalíssimo blog alguns dos conceitos por trás do projeto do Estado Islâmico.

Não são ideias simples. A própria ideia de califado, para esses islamitas, exige uma definição rígida. A empreitada tem por modelo o governo instituído logo após a morte do profeta Maomé, durando de 632 a 661. É o período dos califas “rashidun”, ou “corretamente guiados” — Abu Bakr, Omar, Uthman e Ali. “Califa” significa “sucessor”, em árabe.

Após essa experiência, os povos árabes e arabizados, e os povos islâmicos e islamizados, foram liderados por dinastias, até o sistema de califado ser oficialmente abolido em 1924 após a destituição do Império Otomano. Durante esses séculos, muçulmanos olharam para os califas “rashidun” como seu modelo de governo. É onde estão, também, os olhos do Estado Islâmico — apesar de eles praticarem uma ideia de islã distante daquela sonhada pelos primeiros muçulmanos.

“A ‘umma’ [comunidade islâmica] não sentiu o sabor da honra desde que a perdeu. É um sonho que vive no interior de todo o muçulmano

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