Violencia, educação e sociedade: Um olhar sobre o Brasil contemporâneo
UM OLHAR SOBRE O BRASIL CONTEMPORÂNEO
A exposição intensiva às notícias de fatos ditos violentos,os quais cobrem um amplo espectro de situações diferentes, reforça na população em geral a ideia de que a violência anda solta no país e de que há pouco a fazer contra ela, dada a insuficiência e ineficácia das medidas tomadas pelos poderes públicos. A imprevisibilidade das ações violentas e a crescente consciência da impotência frente a elas estão gerando no imaginário coletivo e individual a representação da violência como uma força cega e incontrolável, diante da qual a única postura “racional” acaba sendo a lei do silêncio e a submissão às exigências do terror. Não se trata, bem entendido, de um fenômeno novo ou exclusivo do Brasil, pois a história contemporânea, nacional e internacional, está semeada de acontecimentos violentos. Se a natureza e as dimensões reais do fenômeno da violência ainda não estão suficientemente esclarecidas, são bem conhecidas já as transformações que ele vem produzindo nos hábitos e práticas sociais das pessoas e nas virtudes que as fundamentam. O vírus da violência penetra nos poros do tecido social, ameaçando a saúde moral das instituições nacionais.
O fenômeno da violência é suficientemente complexo para resistir às análises superficiais que por vezes são feitas dele. Ele envolve questões sociais, econômicas e políticas nacionais mal resolvidas ou ainda não resolvidas. Não tenho a pretensão de abordar um fenômeno tão complexo como este, mas apenas discutir alguns de seus pontos específicos nos limites de espaço de um artigo: 1) aspectos semânticos e conceituais que a palavra violência levanta; 2) questões mais importantes que esse fenômeno suscita, tal como se apresenta hoje no Brasil; 3)alguns parâmetros de compreensão do seu impacto no campo da educação, em geral, e da educação escolar, em particular.
O conceito de violência: problemas semânticos
A varias razões pra a violência.