vida e morte da imagem

3323 palavras 14 páginas
Vida e Morte da Imagem

Regis Debray

Régis Debray, em Vie et mort de l’image, debruça-se sobre a imagem e o seu papel nas nossas sociedades desde a antiguidade, analisando a sua evolução e os seus efeitos. É uma obra do início da década de 90 (1992), que abre caminho ao desenvolvimento de uma nova disciplina, a da mediologia, noção entendida como uma forma de análise das mediações e dos seus suportes, referida neste trabalho. A recensão atentará de forma particular sobre o prefácio do livro e uma espécie de posfácio, denominado de “Douzes thèses sur l’ordre nouveau et une ultime question”.
Debray demonstra nestas páginas que somos contemporâneos de uma visão do mundo que está mergulhada no visível, o qual se arroga o exclusivo da verdade e da realidade. Isto é, vivemos numa época em que apenas é dado como certo e factual o que se vê. A confiança do olhar moderno não está pois no invisível, que é entendido como falso e irreal. Eis o domínio da videosfera, uma nova ordem que dá a supremacia à contemplação da imagem, desconfiando daquilo que não o é. Aparece a crise da metafísica como propulsora deste status quo, que se consubstancia no desaparecimento dos invisíveis. Ora, face à imposição do visual, o autor coloca uma pergunta-chave: como perceber o invisível, a bem dizer, os códigos invisíveis do visível? Pois são eles os definidores do estado do mundo, em cada época. É central para Debray, nas suas palavras, perceber “comment le monde se donne à voir à ceux qui le regardent sans y penser” (Debray, 1992: 18). Ou seja, não se põe só a questão de saber discernir o que não se vê, numa esfera em que só o que se vê conta, mas também os papéis desempenhados pelo visível e pelo invisível. Esta é a preocupação central que ressalta desta escrita de Debray.
Com efeito, cada esfera específica de mediações, cada mediasfera, como lhe chama o autor, age em conformidade com o que identifica como o seu sistema de crenças, a partir da sua própria visão do mundo. Através dos

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