Um banho de arruda
“A diferença entre a genialidade e a estupidez é que a genialidade tem limites.” (máxima anônima)
Sim, é possível saltar da grosseria à genialidade, partir da pobreza à riqueza, transfigurar-se do anonimato à fama em questão de dias. Ou em questão de um dia.
Tudo começou em 22 de outubro de 2009, quando há mais de um ano, uma discente de turismo foi humilhada e rechaçada por usar uma microsaia pink. Causo macropunk.
Perseguida nos corredores de uma universidade, a moça foi achincalhada por uma turba insana de gritos, palavrões e todo tipo de estultícia O momento pôde ser visto e revisto no YouTube e, em questão de minutos, a balburdia ganhou reverberação nacional e internacional.
Uma grande onda solapou a Uniban, inundou a faculdade de vergonha e, sem querer querendo, molhou por completo Geisy. Ela literalmente levou um banho de Arruda. Como que por encanto, o mar bravio ensaboou Geisy com as borbulhas de Geni. Tipo, uma Geni às avessas.Um golpe genial dado por um safanão bestial. Soco fatal, quem poderia imaginar?
Quem poderia supor que um dia de Geni poderia dar em diversos dias de princesa? Corte de cabelo grátis, alongamento capilar, clareamento dental, bronzeamento artificial, rinoplastia, lipoescultura, drenagem linfática e 435ml de puro polímero enxertado na comissão de frente. Sem contar com as inúmeras entrevistas à TV e menção em sites de fofoca; adotada pela mídia, Geni Geisy foi notada e digna de nota. Já desfilou pela Porto da Pedra e passou mal, já participou da 3a edição de A Fazenda e ganhou um carro, já foi capa de revista masculina, lançou uma coleção de vestidos chamado “Rosa Divino” e, nesta quarta-feira, divinamente saltou da saia justa para as folhas de papel com sua autobiografia, Vestida para causar.
Causou tanto que ainda causa. Mesmo após um ano depois do ocorrido, a estudante de turismo conseguiu sair da vala comum e ganhou identidade. Entre vindas e mal-vindas da mídia, conseguiu arregaçar os