Transmídia? da Bíblia à Marvel

Transmídia – da Bíblia à Marvel, por Ricardo Lima
O conceito de transmídia não é novo. Há séculos que os seres humanos vêm contando as mesmas histórias usando plataformas diversas, como forma de atrair e facilitar o entendimento do público. Ainda que inconscientemente, a Bíblia é o maior e primeiro exemplo de produto transmidiático que se tem notícia.
De acordo com Henry Jenkins, o primeiro a utilizar a expressão transmídia (em um artigo da revista Technology Review, de 2003), “uma história transmidiática se desenrola através de múltiplos suportes midiáticos, com cada novo texto contribuindo de maneira distinta e valiosa para o todo”. Consideremos, pois, a Bíblia. Temos, em um primeiro momento, as histórias contadas pelos sacerdotes, posteriormente transformadas em livro impresso, que geram esculturas e outras obras de arte (quadros, vitrais, óperas e peças musicais, teatro) que complementam a história visualmente. Mais tarde, na era da reprodutibilidade técnica e com o advento de outros meios de comunicação, como o rádio e a TV, a Bíblia volta a ser adaptada e complementada, agora se valendo do alcance ainda maior que estes veículos têm.
Nos tempos modernos temos o cinema como grande ícone da transmídia, sendo uma das mídias que mais se aproveita de outras mídias para conduzir suas criações. Desde a invenção da sétima arte, no começo do século XX, as adaptações de livros estão presentes no cotidiano do cinema, sendo responsáveis por grande parte das produções cinematográficas ao longo do tempo.
Nascidas quase que ao mesmo tempo, as histórias em quadrinhos dialogam diretamente com o cinema, emprestando histórias e criações para serem adaptadas e pegando emprestado recursos de linguagem da câmera cinematográfica. Caminhando de mãos dadas ao longo do século XX, a sétima e a nona arte chegam ao século XXI como parceiras inseparáveis, elevando o conceito de transmídia a níveis nunca antes imaginados.
Um exemplo recente é a empreitada muito bem sucedida da