Transformações no universo do trabalho

Segundo Antunes (1998), o capital se transforma ao longo do tempo para gerenciar as crises que necessariamente afetam a sociedade como um todo, porque deve-se precarizar o trabalho humano para renovação e fortalecimento do sistema. É um jogo de poder onde a produção guiada pelo aumento da concorrência se sobressai à natureza para manter o "ciclo reprodutivo do capital". No entanto, os trabalhadores não são totalmente descartados, embora fiquem em números menores o trabalho humano continua sendo o centro do processo de acumulação como afirma Antunes: “... o capital é incapaz de realizar sua auto-valorização sem utilizar-se do trabalho humano. Pode diminuir o trabalho vivo, mas não eliminá-lo. Pode precarizá-lo e desempregar parcelas imensas mas não pode extingui-lo.”
Devido à busca de produtividade plena as mudanças na organização social do trabalho acabam sendo um processo extremamente agressivo que foi capaz de produzir uma imensa camada populacional de excluídos e precarizados que se perpetua até os dias de hoje, cuja mentalidade atual busca novas alternativas para amenizar as consequências negativas dessas transformações das últimas décadas. Como conclui ANTUNES:

O neoliberalismo e a reestruturação produtiva da era da acumulação flexível, dotadas de forte caráter destrutivo, têm acarretado, entre tantos aspectos nefastos, um monumental desemprego, uma enorme precarização do trabalho e uma degradação crescente, na relação metabólica entre homem e natureza, conduzida pela lógica societal voltada prioritariamente para a produção de mercadorias, que destrói o meio ambiente em escala globalizada (ANTUNES, 1998).

A crise no mundo do trabalho a partir da década de 1970, se manifesta com a ascensão do neoliberalismo e a crise do welfare state, tendo início a partir de uma sequência de fatos históricos, econômicos e políticos que afetaram fortemente dinâmica do trabalho. A crise deflagra-se com o desenvolvimento de "práticas materiais da destrutiva