Trabalhos diversos

Temáticas da lírica Camoniana

Desconcerto do mundo:
Camões contrapõe a perfeição do Mundo das Ideias à degradação e imperfeição do mundo terreno.
Abrange os temas da “fugacidade do tempo” e do “inevitável envelhecimento do homem em contraposição à constante renovação da Natureza.
Ultrapassa os modelos renascentistas, aproximando-se da estética barroca.
O desconcerto resulta, em suma, das injustiças sociais, do absurdo da morte e da ação do destino. A solução passa por encontrar o sentido místico ou criar um novo universo de beleza, liberdade e razão (em termos estéticos).
Poeta conclui que sempre às maiores expectativas sucederam os maiores desenganos, que para ele, a felicidade sempre foi uma ilusão e sempre o bem foi passado e o mal presente.

Amor: Em Camões o Amor (com maiúscula) é visto como um ideal superior, único, como Bem Supremo.
O homem como ser carnal e imperfeito vive um amor físico (com letra minúscula) que é apenas uma cópia degradada do Amor ideal;
As imagens poéticas instauradas pelo poeta para falar do amor costumam-se alicerçar em paradoxos e antíteses, sendo o amor uma fonte de contradições, demonstrando assim a angústia, dor e insatisfação da alma humana- “ferida que dói e não se sente”, “contentamento descontente”.
Retrato da mulher é um ideal de beleza perene e universal. Enquanto ser também imperfeito, é espiritualizada, pois na sua figura está a possibilidade de um reflexo do Amor absoluto a que tanto busca.
O amor aparece sobre uma dupla abordagem:
Á maneira petrarquista, o amor é espiritualizado, não havendo contato entre os corpos dos amantes, num amor assim vivido, a ausência da amada não é só sentida com dor como também é encarada como ocasião de purificação do sentimento amoroso.
Porém ao aperceber-se da enorme distância que vai do pensamento à realidade vivida, a exclusão do fator erótico traz inquietação e perturbação.
Da tensão entre o amor espiritual e amor sensual resultam, para quem ama, conflitos interiores