Trabalho de Sociologia Umbanda

"Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã estarei na casa deste aparelho, para dar início a um culto em que estes pretos e índios poderão dar sua mensagem e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos encarnados e desencarnados. E se querem saber meu nome que seja Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim."

Origem:

Teorizar uma religião profundamente enraizada em tradições orais é uma tarefa árdua. Incontáveis são as tradições que remontam sua origem e doutrina; mito e fato se confundem e dão forma à religião genuinamente brasileira e fluminense, ligada à pratica da caridade e do bem. A Umbanda busca elementos africanos, indígenas e até mesmo europeus para formar a base de sua autoafirmação religiosa. Não só isso; ela se torna um movimento de resistência frente a uma sociedade bipolar dividida em ortodoxias difusas onde de um lado há uma população branca e cristã e de outro a população negra e “macumbeira”. ¹ A Umbanda é a religião genuinamente mestiça. Sua história está profundamente ligada com o município de São Gonçalo, região metropolitana do Rio, onde vivia um jovem de aproximadamente 17 anos, chamado Zélio Fernandino de Moraes, no bairro de Neves. Na época, prestes a ingressar no serviço militar, Zélio foi acometido por uma paralisia inexplicável. Sem solução, os médicos recomendaram que sua família buscasse um padre que o benzesse. Não foi necessário. Zélio, que começara a apresentar sintomas entendidos como doença mental, pois falava diversas vezes palavras sem sentido, anunciara sua cura e assim ocorreu no dia seguinte, quando voltara a andar. Ainda assolado por sintomas estranhos, o jovem buscou ajuda na Federação Espírita do Rio de Janeiro (FERJ), hoje conhecida como Instituto Espírita Bezerra de Menezes (IEBM). Há relatos de que seu pai já fazia