Trabalho de america

Para Gruzinski o fenômeno da mestiçagem é grande e complexo, onde para entendê-la de verdade precisamos para de olhar o todo, e dar mais importância aos processos e efeitos da colonização e as suas reações seguintes. Levando em consideração o “choque da conquista” e a “Ocidentalização”, que para ele é essencial pra entender a colonização e as misturas.
Com a chegada dos europeus houve turbulências, desordem e caos. Segundo o autor, isso acontece pelo fato de que, com a chegada dos espanhóis as festas e comemorações foram abolidas e proibidas, assim como o sacrifício humano – fazendo os indígenas entrarem num vazio profundo. Isso se dá, pois as festas e as comemorações eram as formas dos índios contarem e se situarem no tempo e sem isso eles ficaram perdidos. Lembrando que para eles o tempo era cíclico e de suma importância para se entender e manter a sociedade, os sacerdotes poderiam acelerar ou retardar o tempo de acordo com a necessidade do momento. Nesse momento do texto, Gruzinski, fala da “ocidentalização” quando mostra que os indígenas não poderiam substituir seu calendário pelo calendário cristão assim de forma tão rápida. Para entender melhor, o termo ocidentalização seria a vinda do velho mundo para esse lado do Atlântico com toda sua cultura e instituições, uma transposição integral da Europa para América, mas para o autor o principal elo foi estabelecido pela cristianização, a religião como principal veiculo e principal meio de articulações de símbolos. Observando as análises do monge Montolinía, tudo foi visto como o apocalipse, e remete ao fato que desde a Idade Média acontecimentos de desordem são remetidos a tradição apocalíptica, essa é a forma cristã de entender e explicar os acontecimentos do novo mundo. Mostrando-se sempre necessário uma explicação cristã ao mesmo tempo em que negando a cultura indígena, tentando encaixá-la de algum jeito na forma cristã de ver a situação.
A desordem política, social e hierárquica também foi confusa para