Touradas Portuguesas

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Touradas Portuguesas

A realização de touradas nunca foi consensual na sociedade portuguesa e por quatro vezes estiveram proibidas no nosso país. A sua promoção ao longo dos últimos 300 anos foi inconstante havendo registo de vários períodos em que praticamente deixaram de existir os combates com touros em Portugal.
A promoção de touradas esteve sempre relacionada com a evolução da nossa sociedade e em particular no século XIX com as lutas entre liberais e absolutistas. Periodos como a implantação da República e a transição para a Democracia foram nefastos para as touradas que quase desapareceram em Portugal.
Inicialmente as lutas com touros consistiam em exercícios militares para aguçar a ferocidade dos combatentes e aperfeiçoar a sua perícia. Mais tarde com o surgimento da pólvora, a cavalaria perdeu a sua importância nos campos de batalha e os combates com touros e outros animais ‘ferozes’ ganharam um carácter lúdico mas igualmente violento, originando um grande número de vítimas mortais. A prática desta atividade esteve sempre reservada às classes mais privilegiadas da sociedade
Os combates sangrentos como diversão foram sempre contestados pela igreja católica. O Papa Pio V chegou a proibir a sua realização em 1567, acabando desde logo com a realização de touradas em Itália. Em Portugal e Espanha a decisão do Papa foi desrespeitada, a Bula Papal foi ignorada e o seu conteúdo escondido ou adulterado, mas a Bula chegou a ser publicada em Portugal e as touradas proibidas pelo Cardeal D. Henrique.
As corridas de touros não são um exclusivo da Peninsula Ibérica. Elas ocorreram um pouco por toda a Europa medieval. A maioria dos países abandonou ou aboliu este tipo de espetáculos sangrentos por volta do século XVI por se tratarem de eventos cruéis e impróprios de nações civilizadas. Atualmente as touradas são proibidas em diversas nações europeias como a Dinamarca, Alemanha, Itália ou Inglaterra.
Em Portugal foram proibidas novamente em 1809 pelo Principe

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