Texto parte do TestamentoDom Benedito de Ulhôa Vieira

Texto extraído do Testamento do Arcebispo Emérito
Dom Benedito de Ulhôa Vieira

“Disposição da minha última vontade. Na minha já alta idade, sinto que ‘tempus resolutionis meqe instat’1. Por isso, ignorando o dia de minha morte, ponho-me à disposição da vontade de Deus e Pai, confiando-me à sua misericórdia infinita para perdoar-me os pecados e dar-me a felicidade de viver com Ele face a face. Agradeço a Deus a felicidade de ter-me feito padre – não obstante tanta dificuldade – e de ter sido chamado para ser bispo de sua Igreja. Fui sempre feliz no sacerdócio. Nunca tive arrependimento de me ter ordenado padre. Guardei a fé. Confiei e confio em Nossa Senhora, a quem sou consagrado desde a juventude, pelo método de São Luiz G. de Monfort. Alimentei no coração forte confiança em São José, desde os tempos do Seminário em São Paulo. Amo muito o Papa. E amo o povo que me foi confiado nesta Igreja de Uberaba. Sinto-me irmanado aos presbíteros – ‘gaudium et corona mea’2. Alegro-me por ter ordenado muitos padres, pelos quais sempre rezo e ofereço meus insignificantes sacrifícios, uma vez que, ordenando-os, me fiz responsável pela perseverança deles. Peço sincera e humildemente perdão a Deus se, nas decisões de ordenar, errei alguma vez, prejudicando a Igreja: ‘misere mei, Deus’. Fui sempre pobre e vivi modestamente. Espero da caridade de todos que me tenham presente nas orações encomendando minha alma à misericórdia infinita de meu Jesus. Abençoo a todos , aos queridos filhos seminaristas de modo especial e às religiosas. No meu enterro, cantem ‘Com minha Mãe estarei’ e ‘minha alma tem sede de Deus’. Quero ser enterrado no chão da Catedral de Uberaba, quase à entrada da Capela do Santíssimo. Do céu rezarei pela minha Igreja de Uberaba. Amém.”