texto de filosofia

Para que Filosofia?

Tales de Mileto, o primeiro filósofo que se tem notícia. Uma frase de sua história conta: “Tales! Como você há de saber o que se passa no céu se não consegue saber o que se passa na terra? Essa pergunta ocorreu depois que Tales tropeçou e caiu num poço. Isso consagrou a imagem do filósofo como alguém distraído, que se ocupa com coisas distantes e não enxerga o que se passa a sua volta.
No entanto, uma outra lenda oferece uma imagem oposta desta. Um outro filósofo, o Heráclito “Aqui também se encontram os deuses”. Isto é, o que Heráclito estava querendo dizer é que em qualquer é possível ocupar-se com a busca da verdade. Que não é preciso afastar-se da vida cotidiana e do contato com as pessoas para fazer filosofia.
“Você diz que respeita os corajosos”, dizia Sócrates, “mas, diga-me, o que é coragem?”. Ou então: “Você diz que é uma pessoa justa, mas, diga-me, o que é justiça?”. E ainda: “Você diz que sua opinião é verdadeira, mas, diga-me o que é verdade?”. Mostrando que a primeira resposta que o interlocutor oferecia era insuficiente, Sócrates a transformava numa nova pergunta cuja resposta contradizia a primeira e colocava o interlocutor em contradição consigo mesmo. E assim, de pergunta em pergunta, chegava o momento que sempre julgara que sabia. Nesse momento, dizia Sócrates, a pessoa estava pronta para começar a filosofar.
Vendo isto, podemos contemplar o universo, como Tales, ouvir a verdade divina, como Heráclito, conversar com as pessoas, como Sócrates, são várias maneiras de fazer filosofia.
A palavra sophía “filosofia” possuía dois sentidos: saber (conhecimento) e sabedoria (conduta moral). O pensamento moderno separou esses dois sentidos porque distinguiu entre “conhecimento racional” e “vida moral”, entre “conhecer” e “agir”. Sabedoria passou a significar “conhecimento científico e técnico”.
Sábio é aquele que possui conhecimentos científicos, técnicos, históricos, artísticos: é o cientista.

Conhece-te a ti mesmo