Teoria literária

A literatura é a expressão escrita do autor e de acordo com Roland Barthes (2004) "[...] o autor entra na sua própria morte, a escrita começa [...]” (p.1). Diante dessa afirmação é passível de entendimento que é levado junto com ele o limiar, a explicação da obra, a partir disso, o texto passa a ter múltiplos sentidos, contudo não se deve mais se preocupar com o seu significado, a questão que agora deve ser abordada é outra. Mas qual? A literatura assim como o mito pode ser dividida em um sentido conotativo e outro denotativo. Porém, segundo Roland Barthes (2012) “[...] já não pode ou já não poderá separar tão facilmente o significante do significado, o ideológico do fraseológico". Isso já não é mais suficiente, visto que não existe mais um significado vinculado a um, significante, o que existe são significantes que se ligam a outros significantes, tornando-se um ciclo. Além disso, função da literatura é ser abstrata.
É dar ao leitor o prazer não de decifrar o seu sentido, mas de teorizar sobre ele.

O mito é constituído em cima de um sentido e se sobrepõe a ele. É como se o texto tivesse algo para nos dizer que fica difícil de tornar perceptível devido à incapacidade de representação. As palavras em si são a base para este mito, que se liga a elas dando-lhes um segundo sentido. No texto "Instante da minha morte" do autor Maurice Blanchot (2003) a ficção literária se mistura com a realidade, de modo que o leitor fica em dúvida se aquele texto é uma autobiografia ou uma ficção literária. O uso da terceira pessoa disfarça o aspecto autobiográfico e a utilização de palavras como "creio" e "talvez" colocam esse texto na ficção. Desse modo, a preocupação não é mais a separação do sentido conotativo do denotativo, mas sim a impossibilidade da representação, já que o texto está ali e mesmo assim não conseguimos entender o seu real significado, este se torna inatingível, ele foi morto com o autor. Como diz Roland Barthes (2012) "[...] o caminho desse combate não é,