Teoria dos Atos da Fala

TEORIA DOS ATOS DE FALA
Pesquisa baseada na obra PRAGMÁTICA, de Stephen C. Levinson e nos polígrafos das disciplinas de Pragmática do Português e Linguística Contemporânea.
De acordo com Levinson (2007), de todas as questões de teoria geral do uso linguístico, a teoria dos atos de fala foi a que despertou interesse mais amplo, sendo estudada por psicólogos, críticos literários, antropólogos, filósofos e linguistas, e demonstrando ser de significativa importância para a corrente de estudos da Pragmática.
Por volta de 1960 “quando a preocupação com a verificabilidade e a desconfiança diante das inexatidões e vacuidades da linguagem comum estavam no auge” (LEVINSON, 2007, p. 289), Austin lançou a teoria dos atos de fala evidenciando a concepção de linguagem como ação, a qual defende que é o uso das palavras em diferentes interações lingüísticas que determina o seu sentido. Esta proposta, em alguns anos depois, foi reformulada por Searle, o qual deu à teoria os moldes que a tornou um dos alicerces da Linguística Contemporânea.
A Teoria dos Atos de Fala considera a frase como uma atividade sobre o real, ou seja, não considera mais a frase como unidade básica da linguagem, mas sim cada ação que um falante realiza, e é nesse sentido que incide a concepção de “atos de fala”. Dessa forma, quando falamos, não estamos apenas declarando algo, mas também fazendo alguma coisa como pedir, reclamar ou perguntar, por exemplo.
Neste sentido, Austin entendia ser a língua um instrumento de ação social que permitia a comunicação humana através da prática de atos sociais, sendo a linguagem, portanto entendida como uma atividade construída pelos participantes de uma interação, o que novamente nos faz perceber que para Austin, as palavras não vão apenas significar, mas vão também fazer coisas. Quando uma mãe afirma, por exemplo, que “a porta do forno está aberta”, ela não está simplesmente declarando algo, na verdade ela está sugerindo que alguém feche a porta, o que nos mostra que