Teoria da Dependência

1.1- Introdução
A Teoria da Dependência é uma corrente teórica cujo início se deu no final da década de 1960 com o objetivo de explicar criticamente o modelo de subdesenvolvimento nos países da periferia do capitalismo mundial (mais especificamente da América Latina) tendo como base principalmente o aparato teórico marxista, no caso dos autores aqui analisados. Os principais autores e fundadores desta corrente teórica são: Theotonio dos Santos, Rui Mauro Marini, André Gunder Frank, Vânia Bambirra, entre outros. De acordo com a Teoria da Dependência, a diferenciação entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos, ao contrário do que propunham as discussões vigentes acerca desta temática, se dá pela relação de dependência entre uns e outros, e não pelo padrão de desenvolvimento de cada país isoladamente. Desta maneira, os países ditos desenvolvidos passam a ser definidos por esta teoria como países centrais, sendo aqueles que se caracterizam como centro da economia mundial detentores de meios técnicos e científicos em ampla escala; os subdesenvolvidos, por sua vez, são denominados como países periféricos e são os lugares onde os fluxos de informação e aparatos técnicos fluem com uma intensidade menor em relação ao centro.
Sendo assim, a dependência caracteriza uma subordinação, ou seja, o desenvolvimento dos países periféricos está submetido ao dos países centrais devido às relações forjadas pelo imperialismo, portanto, a superação do subdesenvolvimento por parte dos países periféricos se dará apenas diante de uma ruptura com as relações de dependência perante os países centrais, e não pela modernização e aprimoramento de meios técnicos de produção e de informação. Esta afirmação se apresenta com uma enorme importância quando tratamos do surgimento da Teoria da Dependência, visto que os autores desta corrente teórica exerciam forte crítica à Teoria do desenvolvimento, cujo auge se deu na década de 1950 a partir das publicações mais radicais de W. W. Rostov