Teoria da afetividade e cognição de Wallon

Henri Paul Hyacinthe Wallon (1879-1962) foi um médico, filósofo e psicólogo frânces que viveu num período marcado por muita turbulência social e política como as duas guerras mundiais, o avanço do fascismo, as guerras para a libertação das colônias na África e as revoluções socialistas. Engajado, manifestava simpatia pelos regimes socialistas, se envolveu num movimento contra o fascismo e chegou a ser perseguido pela Gestapo, tendo que viver na clandestinidade. Neste contexto dedicou boa parte de seus estudos a conhecer o psiquismo humano a partir de uma perspectiva genética, o que justifica seu interesse pelo desenvolvimento infantil, já que é na infância que se concentra a gênese da maioria dos processos psíquicos. Acreditava que entre a psicologia e a pedagogia deveria haver uma contribuição recíproca. Defendia um estilo de educação voltado para o ser integral, ou seja, um tipo de educação que buscasse desenvolver o ser cognitiva, motora e afetivamente possibilitando assim atender as necessidades das crianças em todos esses níveis, promovendo um desenvolvimento integral da pessoa, permitindo a formação da pessoa completa.
Ao contrário do que propõe a tradição intelectualista do ensino, uma pedagogia inspirada na psicogenética walloniana não considera o desenvolvimento intelectual como a meta máxima e exclusiva da educação. Considera-a, ao contrário, meio para a meta maior do desenvolvimento da pessoa, afinal, a inteligência tem status de parte no todo constituído pela pessoa. (GALVÃO, 2007, p. 98 apud FERREIRA; ACIOLY-RÉGNIER, 2010, p. 34).
Para Wallon o afetivo, o cognitivo e o motor coexistem e atuam de forma integrada. Ele vê o processo de evolução como sendo produto de uma interação biológica com o ambiente (meio social) movimentada de forma ora centrípeta (para si, para dentro), ora centrífuga (para fora). Há portanto uma incessante interação entre o sujeito e o seu meio. Com isso podemos identificar o diferencial da idéia de Wallon em comparação com as