Tecnologias Sociais E Convencionais Telmo Adams
Prof. Telmo Adams – PPGEdu - Unisinos
Novembro de 2012
Se as tecnologias não são neutras, se existem alternativas tecnológicas, e é possível eleger, entre elas, se os atores sociais podem participar desses processos, e se as tecnologias constituem a base material de um sistema de afirmações e sanções que determina a viabilidade de certos modelos socioeconômicos, de certos regimes políticos, assim como a inviabilidade de outros, parece óbvio que é imprescindível incorporar a tecnologia como um aspecto fundamental de nossos sistemas de convivência democrática (Hernán Eduardo Thomas, 2009, p. 75).
Introdução
A tecnologia tem sido associada a instrumentos tecnológicos decorrentes de criações das “ciências duras” como a engenharia, a física, a química, a biologia, a matemática. Não houve, até há pouco tempo, uma relação direta entre tecnologia e ciências humanas e sociais. Estas eram apenas usuárias das tecnologias criadas por outras áreas. A crescente absorção da ciência e tecnologia para as finalidades do lucro capitalista negou, na prática, a sua finalidade social. Ou seja, se a tecnologia fosse sempre voltada para o benefício de toda a sociedade, não seria necessário falar em tecnologia social. É o que alguns autores ainda defendem. Dizem que temos que recuperar a dimensão social das tecnologias (enquanto conjunto de técnicas). Contudo essa posição é polêmica.
Algo similar ocorre entre a concepção de tecnologia social e o mundo da economia. Se a economia fosse solidária ou social, não precisaria ter surgido o movimento da economia solidária (ou economia social). Esta assume como pressuposto que a economia, por si só, ou aplicada de acordo com a lógica das relações capitalistas de produção, perdeu o seu caráter ou finalidade social.
No espaço coletivo da Rede de Tecnologias Sociais (RTS), por exemplo, parte-se da análise de que existem técnicas e tecnologias convencionais desenvolvidas com