Tecnologia, pós-modernidade e Arte: O som, o espaço e o olhar Coletivo Chelpa Ferro

Desde a modernidade, o homem defende que a ciência e a tecnologia são fatores essenciais para a transformação do mundo. O fetiche pelo futuro e a releitura do mundo a partir de uma visão racional trouxe a produção artísticas novas linguagens, e outras formas de representação do que é belo, o que é bom e o que é verdadeiro. Kant e suas teorias que levaram a subjetivação da beleza contribuíram para a criação de novas interpretações do mundo, onde a arte conceitual encontrou seu espaço fugindo da técnica e valorizando as representações que o homem pode construir a partir de suas experiências. A vida e as experiências obtidas pelo sujeito transformam nossa jornada num fenômeno estético, onde construímos nossas representações e educamos nossos sentidos para perceber o mundo ao nosso redor de maneira singular. A imagem e o símbolo são representações, os objetos existem por si, mas o que entendemos são representações de acordo com os significados individuais. O fenômeno pós-moderno ergue-se na arte como um rompimento, um momento de desconstrução, onde o novo e o belo dão espaço à reflexão, ao conceito, as representações e linguagens, ao relativismo e as diferenças. O grupo Chelpa Ferro está em sintonia com os novos paradigmas da arte, explorando sonoridades eletrônicas e industriais, criando novos usos e significados para antigos equipamentos eletrônicos e também utilizando ruídos decorrentes de objetos de uso cotidiano. Mesmo influenciados por várias fontes, ainda mantém em suas produções traços do meio artístico em que vivem, respondendo a impulsos e necessidades encontrados em suas experiências artísticas.
Formado em 1995, no Rio de Janeiro, o Chelpa Ferro é um coletivo constituído pelos artistas Barrão, Luiz Zerbini e Sergio Mekler, que desenvolvem um importante trabalho de caráter interdisciplinar, incorporando artes plásticas, música, performance, vídeo e uma experimentação bem humorada e irônica com diversas tecnologias baratas e periféricas. Seu próprio