Teatro

SHAKESPEARE E SEU TEMPO mentos cômicos (ou intrusões humorísticas, se preferem) introduzidos nos milagres medievais abriram caminho aos

Passagem das Moralidades às Chronicles — os ele

Sheldon Cheney

interlúdios chistosos como os de John Heywood. As
Moralidades, igualmente, se transformavam na forma conhecida como Chronicles.

Um tipo de transição entre Moralidade e Chronicle

surgiu nas peças de sentido político: Upon Both Marriages of the King e King Johan (em que a personagem Sedição é suposta representar o Arcebispo de Cantuária. O Poder usurpado é o Papa, Sua Majestade Imperial — o Rei etc); e como exemplo, cujos títulos revelam a intenção — The Three Laws of Nature, Moses and
Christ, Corrupted by the Sodomites, Pharisees and Pa-

O impulso teatral durante o reinado de Isabel I foi

resultante do desenvolvimento econômico do país. Á Renascença, libertando o espírito humano, resultará, nagens, como: "a Idolatria se veste como uma velha

pists (esta última peça, dos primórdios do século XVI, dá as indicações para caracterização de alguns perso feiticeira, Sodomia — um monge de todas as seitas; a

indiretamente, na invenção da imprensa e, conseqüente

mente, na divulgação da cultura; com isso eclodiu uma

era de explorações e descobertas que remodelou o mapa

Ambição — um bispo; a Cobiça — um doutor papista e a Hipocrisia — um frade de hábito cinza).

do mundo, abolindo para sempre a concentração das

rotas comerciais e culturais no Mediterrâneo e deixando

Gastaríamos capítulos mostrando como peças desse

tipo, com o auxílio da balada, abriram caminho para as Chronicle-plays históricas — e os primeiros dramas de Shakespeare eram desse gênero e como, igualmente, o Diabo dos Milagres passou a ser o Vício das Morali

esse mar, de certa maneira, mais à margem do que no centro de um novo mundo europeu-americano. No pe ríodo de expressão e expansão que se seguiu à Renas

cença, a chama do progresso passou sucessivamente