Teatro do Oprimido

A ESTÉTICA DO OPRIMIDO E OUTRAS ESTÉTICAS

Apresentação e caracterização do que é o Teatro do Oprimido enquanto estética e enquanto método, história, nascimento e desenvolvimento. Introdução ao autor desta estética e método.
No enquadramento teórico do Teatro do Oprimido, temos uma filosofia e uma linguagem muito próprias, que se entende enquanto método uma vez que reúne uma série de exercícios, jogos e formas de expressão que compõe o Teatro do Oprimido, mas também uma estética teatral específica que entende o teatro como um meio para o espetador se apoderar das suas ferramentas e ser ele próprio o protagonista da ação.
“ In the beginning the theatre was the dithyrambic song: free people singing in the open air. The carnival. The feast.
Later the ruling classes took possession of the theatre and built their dividing walls. First, they divided people, separating the actors from spectators: people who act and people who watch – the party is over! Secondly, among the actors they separated the protagonists from the mass. The coercive indoctrination began!.
Now the oppressed people are liberated themselves and, once more, are making the theatre their own. The walls must be torn down. First, the spectator starts acting again…” ( Boal, p119, 1979)
Esta é a poética do oprimido. O método nasce precisamente quando se implementam estas ideias junto de todos aqueles a quem se quer dar a voz. Esta coerência ideológica e estética é mantida até aos dias de hoje com os diversos centros que desenvolvem este método.
Em diversos manuais sobre o teatro nas suas várias vertentes, nomeadamente, Vailland (1962) Barata (1991), Ryngaert (1992), Solmer (1999) Vasques ( 2003) Goldberg (2007), Borie, Rougemente, Schere ( 2011), não se encontra qualquer referência a Augusto Boal como um teatrólogo, dramaturgo e encenador brasileiro, não se encontra referência a uma estética que está hoje divulgada por 70 países, nem se faz referência ao método que corta com as convenções teatrais