SURF DESIGN EDITORIAL

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A representação do surfe no universo editorial
No capítulo anterior, tratamos dos bens de consumo relacionados à prática do surfe e ao modo de vida dos surfistas. Vimos também que grande parte dos consumidores de surfwear são simpatizantes identificados com o que entendemos como um “estilo de vida”. Neste capítulo, tentaremos entender como pensam os responsáveis pela confecção das revistas especializadas em surfe. O que o discurso editorial fala dessa atividade e dos seus praticantes?
Recorremos ao antropólogo Mike Featherstone (1995), que destaca a importância das revistas e de outras formas de mídia na construção de “um estilo de vida idealizado”, sobretudo para grupos aspirantes como as novas classes
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médias, trabalhadoras e ricas. Dessa forma, completa o autor, os editores podem ser classificados como “novos intermediários culturais”, juntamente com outros profissionais das áreas de design, moda e publicidade.
Veremos como a mídia especializada, sobretudo a impressa, teve papel importante na disseminação dos hábitos dos surfistas para um maior número de pessoas. Ela atuou como espécie de vitrine, refletindo as roupas, os costumes e o jeito de levar a vida dos praticantes dessa atividade. Portanto, analisar o discurso de quem produz as revistas de surfe foi o método escolhido para entendermos o significado do estilo de vida dos surfistas traduzido em seus bens de consumo.
Diante desta questão, entendemos que desenvolver um trabalho de campo dentro das redações seria de grande importância para nossa pesquisa. Assim, iniciamos visitas periódicas às redações como uma primeira etapa no campo.
Além de buscar pistas sobre os costumes dos praticantes, tais visitas foram também, e principalmente, uma forma de “estranhar” um ambiente que costumava ver com naturalidade em função da minha constante presença nesse meio.
Antropólogos como William Foote-White e Everardo Rocha nos servem de referencial teórico e nos guiam nessa