Sonhos

Neurociência
Etec de Hortolândia – PTC
Professor orientador: Marli Gonçalves

Resenha do livro: Um antropólogo em Marte

Um antropólogo em Marte/Sete histórias paradoxais - Oliver Sacks, Editora Companhia das Letras.

De fato, a obra literária Um antropólogo em Marte exprime as peculiaridades do universo da neurociência por intermédio de casos vivenciados e narrados pelo sublime neurocientista Oliver Sacks. Neste livro, o autor posterga as meticulosidades científicas e se submete a uma linha narrativa que demonstra de maneira expressa, e muitas vezes anedótica, sete casos de excepcionalidades neurológicas em pacientes que o procuraram.
Um Antropólogo em Marte é dividido em sete capítulos que são precedidos por um proêmio, dentro dos quais se arraiga uma estrutura integramente narrativa que, muito embora não deixe de enfatizar um rol de detalhes técnicos concernentes à psicologia, procura demonstrar com maestria as emoções pelas quais Sacks passou durante a prospecção nos pacientes relatados.
No proêmio, Oliver Sacks expande os horizontes da mentalidade do leitor ao apresentar a premissa de que, muito embora estejamos propensos a desenvolver certas imperfeições corporais, nosso corpo estará apito para gerar um desenvolvimento de compensação para tal deficiência, gerando assim o fator de singularidades entre indivíduos.
Superveniente, no primeiro capítulo denominado “O caso do pintor daltônico”, somos remetidos a um caso um tanto irônico, no qual um pintor (Dr. I), de 65 anos, sofre um acidente de carro e obtém o azar de infligir uma pequena área de seu cérebro, desenvolvendo assim um distúrbio chamado de acromatopsia. Desta maneira, Dr. I acaba coibindo de sua mentalidade tudo que se refere à cor, desde lembranças em cores até seus fotorreceptores. É interessante a maneira como Sacks relata o fato de que Dr. I vai criando seu próprio mundo totalmente em preto e branco, fazendo de sua acromatopsia um intermédio para transportá-lo a outro mundo.
Outro