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início.
“A Cicatriz de Ulisses”, primeiro capítulo de Mimesis, oferece a base da reflexão que o filólogo executa ao longo da obra. Nele, Auerbach compara os modos de representação entre um trecho da Odisseia de Homero e “O Sacrifício de Isaac” do Velho Testamento para contrastar a claridade do conjunto de cenas do primeiro à opacidade do segundo. O objetivo fundamental de Auerbach no investimento de tal couerbach discorre:
[…] a viagem é como um silencioso andar através do indeterminado e do provisório, uma contenção do fôlego, um acontecimento que não tem presente e que está alojado entre o que passou e o que vai acontecer, como uma duração não preenchida, que é, todavia, medida: três dias! Esses três dias reclamam a interpretação simbólica que mais tarde obtiveram.
Começaram ‘de manhã cedo’. Mas a que hora do terceiro dia levantou
Abraão os olhos e viu a sua meta? Não há no texto nada a respeito.
Evidentemente não ‘tarde da noite’, pois restou-lhe, ao que parece, tempo suficiente para subir a montanha e preparar o sacrifício. Portanto, ‘de manhã cedo’ não está empregado em função de uma demarcação temporal, mas em função de um significado moral; deve exprimir o imediato, o pontual e a exatidão da obediência do desafortunado Abraão. (AUERBACH, 2009, p.7.) 48
Embora Auerbach opte pela interpretação simbólica da duração da ação – e ela é válida a ambos os seus propósitos: a apresentação do caráter sombrio da história das
Escrituras e a sua função moral –, há elementos que contribuem para confirmar a presença de
“figura” no centro de sua análise. À alegação do filólogo de que o acontecimento é destituído de presente soma-se a relação que se estabelece entre “o que passou” e “o que vai acontecer”.
O efeito disso é a suspensão da linearidade do tempo, que faz com que eventos passado e futuro não se comuniquem horizontalmente, mas se complementem na dimensão vertical, na qual um dá sentido ao outro.
Da investigação de

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