Sobre o início do tratamento

“Sobre o início do tratamento (novas recomendações sobre a técnica da psicanálise I)” (1913)

Neste texto, Freud esforça-se em mostrar algumas regras para aqueles exercem a psicanálise referentes ao início do tratamento. Freud prefere chamar estas regras de “recomendações” visto as diversidades psíquicas e processos mentais que podem se apresentar para a análise, além do mais o autor não tinha o intuito de mecanizar a técnica.
A primeira recomendação que Freud menciona é que antes do tratamento psicanalítico propriamente dito, o paciente passe por um exame preliminar onde será verificado se este é apropiado para a análise ou não. Esta ˜entrevista” tem duração de uma a duas semanas, durante este periodo o analista deverá deixar o paciente à vontade e apenas se necessário fazer-lhe dar continuidade a sua fala. Se o tratamento é interrompido neste periodo, poupa-se o paciente de achar que houve uma tentativa de cura que falhou.
Ao se iniciar o tratamento, deve haver um acordo em relação ao tempo e ao dinheiro. Cabe ao paciente arcar com o horário que lhe foi atribuído, sendo ele utilizado ou não. Assim Freud acredita que se reduzem as resistências e se mantém o material trabalhado. Enquanto o analista não deve sentir-se culpado, pois o tempo quase nunca se é utilizado com atividades remuneradas de lazer sendo mesmo de ante ao não comparecimento do paciente a análise continua a acontecer. Abre-se uma exceção para o paciente com doenças físicas, no qual pode apresentar um interesse psíquico de comparecer. Freud diz trabalhar com seus pacientes todos os dias da semana, sendo três vezes por semana os casos leves ou que já se encontram melhor. Para ele interrupções breves (como dos finais de semana) já prejudicam o conteúdo trabalhado. Assim como o tempo de sessão, em que alguns casos, uma hora não se faz suficiente.
Em relação ao tempo de duração do tratamento, Freud coloca como uma pergunta quase irrespondível. O trabalho varia de acordo com cada funcionamento