Sistemas Modalizantes
A cada uma das linguagens que emergem dos movimentos semióticos da cultura, Lótman de o nome de sistemas modelizantes de segundo grau. Para ele, a língua é o sistema primário porque é a partir dela que se dá a culturalização do mundo, que a natureza e seus fenômenos e fatos se humanizam; que o pensamento se constrói. A língua modeliza a realidade, que dá lastro à mediação social.
Para Lótman, a língua natural possui um lugar especial na cultura, graças à sua participação em sistemas modelizantes não verbais.
Pode-se entender, agora, porque Lótman afirmou ser a cultura um grande texto. Assim como ela se reconhece como língua, se autorregula e se autodescreve, por exemplo, por meio de leis e do discurso da ciência, também se expressa na dança, no teatro, no design, na moda. Esses textos, espelhados nas regras da língua natural, a partir da língua e de outras codificações, promovem a manifestação de sentido dos conteúdos da cultura. São “dispositivos pensantes” que se organizam para dar sentido à vida interna de um determinado grupo. A cultura os “escreve” utilizando os diferentes códigos disponíveis em sua memória, chamados códigos culturais.
Para Jakobson, é o código que suporta todo o processo comunicativo; sem um código comum não há comunicação efetiva.
Ele propõe a função metalinguística de todo e qualquer discurso, dizendo que os enunciados só podem ser apreendidos se “emitente e destinatário” dividem o domínio do mesmo código (JAKOBSON, 1975). A escolha deste tem peso, tem significação na mensagem.
Os códigos se acomodam em relações diferenciadas, assumindo escritas diferentes, composições diferentes que vão se reconfigurando com os movimentos da cultura. Esses sistemas modelizantes de segundo grau não possuem estrutura como a língua, mas estruturalidade, relações específicas que dão conta das diferentes situações da vida, isto é, traduzem fenômenos em cultura, não-cultura em cultura.
Lótman propõe, ainda, que os textos se