Semiotica em arte tumular
INTRODUÇÃO
A indagação sobre a morte, cemitérios, objetos tumulares e a Arquitetura que compõem esse espaço sacrossanto, carregado de mistérios, misticismo e que é a principal forma ocidental de relação intrínseca dos vivos diretamente com seus mortos, é algo natural na sociedade.
A morte, apesar de repugnante e temida, é instigante, pois permeia a vida desde o primeiro segundo. Até mesmo para uma vida começar, milhares de espermatozóides morrem, enquanto apenas um sobrevive a esta batalha.
O homem tem uma relação estreita com a morte, uma vez que possui consciência deste fato inerente às suas forças, mesmo com toda evolução humana e esforços tecnológicos em que controla os sonhos, o sono, transfere a circulação do corpo para uma máquina, comunica-se com o mundo inteiro em frações de segundos, ainda assim não consegue vencê-la.
Segundo Aranha & Martins (1995, p.347, apud JASPERS) psiquiatra e metafísico alemão, “existe algo em nós que não se pode crer suscetível de destruição”.
Esta não aceitação pelo “fim” é o que nos bloqueia e fortalece a idéia do
“temor do desconhecido”. Por isso, o temor e a angústia da morte levam a humanidade à crença da imortalidade, promovendo assim uma aceitação do sobrenatural, do divino, do imortal, que é justamente o que encontramos dentro dos cemitérios, nos símbolos e objetos tumulares.
Todavia a Morte é a mola propulsora do progresso e o Cemitério, seu ícone, a
“quase-morte”, local de embate entre homem e morte, onde se levanta o “V” da vitória.
Então, o que resta ao homem que não nasceu para perder? Transcende fazendo dos
Cemitérios locais de História registrada e histórias transmitidas, onde as religiões reinam livres, as diferenças sociais acentuam-se, locais de encontro e desencontros, de lágrimas e risos, de tragédia e comédia, locais plenos em representações da vida e da morte. - 11 -
CAPÍTULO I
O HOMEM E A MORTE
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1.1-Visão Histórica da Morte
“A Morte é o destino