saude

RESUMO
A resistência bacteriana a antibióticos é um grave fator complicador de infecções hospitalares. Freqüentemente, cepas hospitalares apresentam multirresistência a diversos agentes antimicrobianos, o que se constitui em fator agravante adicional de grande relevância. A multirresistência se mostra, muitas vezes, associada à resistência a aminoglicosídeos, mais especificamente à gentamicina. Estudamos algumas cepas de enterobactérias multirresistentes a antimicrobianos, incluindo gentamicina, isoladas de fezes de pacientes hospitalizados, com vistas a uma análise da heterogeneidade quanto à resistência a diferentes aminoglicosídeos, e visando também a análise do fenômeno da amplificação da resistência a tais antimicrobianos. Utilizamos testes de sensibilidade a antimicrobianos por diluição e difusão em agar, bem como variações deste último método, incluindo uso de discos impregnados com aminoglicosídeos não usuais na terapêutica (paromomicina, lividomicina, sisomicina), uso de discos impregnados com altas concentrações de aminoglicosídeos (gentamicina 200ug), e uso de cepas selecionadas por crescimento em altas concentrações de gentamicina (2.048 ug/ml). Pudemos quantificar o fenômeno da amplificação da resistência, para uma cepa especificamente (AS15-G6C), em várias concentrações de gentamicina, incluindo concentrações compatíveis com as flutuações de tal antimicrobiano nos fluidos corporais humanos. Pudemos também identificar, com relação às cepas selecionadas por crescimento em altas concentrações de gentamicina (2.048 ug/ml), eventos de co-amplificação, inalteração, e inativação da resistência para outros aminoglicosídeos. Combinados com resultados nossos anteriores utilizando recursos de biologia molecular (hibridização em southern blotting), tais resultados indicam o grande potencial do uso da combinação de testes fenotípicos e genotípicos na vigilância epidemiológica da resistência a antimicrobianos. Indicam, igualmente, a