Saneamento ambiental
AS INTERAÇÕES DO SANEAMENTO AMBIENTAL
COM AS FORMAS DE PLANEJAMENTO AMBIENTAL O crescimento e os avanços sociais dos últimos anos fizeram o Brasil superar muitas de suas deficiências. O País se transformou no destino de investimentos importantes e se prepara, segundo as projeções, para se tornar a quinta maior economia do mundo em 2020. Mas há um sério obstáculo para o sucesso desse roteiro: precisamos antes resolver o básico. Saneamento básico, como o nome já diz, é básico. Coleta e tratamento de esgoto e abastecimento de água potável são conquistas históricas da humanidade. É inaceitável que, em pleno século XXI, a falta de saneamento ainda cause contaminação, doenças, mortes. Mais de 100 milhões de brasileiros não dispõem de rede de coleta de esgoto sanitário e 13 milhões não têm sequer banheiro em casa. Todos os dias, sete crianças brasileiras morrem em consequencia da falta de saneamento. Para zerar o déficit de saneamento básico e oferecer acesso universal à coleta e ao tratamento de esgoto, o Brasil precisa de investimentos anuais de R$ 10 bilhões nos próximos 20 anos. É bastante dinheiro, mas os prejuízos causados pela falta de investimento em saneamento são ainda maiores. Cada R$ 1,00 investido em saneamento representa uma economia de R$ 4,00 em gastos com saúde. A população urbana no mundo tem crescido bem mais do que a população rural, provocando o crescimento das cidades sem planejamento, sobretudo das áreas adjacentes, chamadas de periurbanas. No Brasil, a população urbana já supera os 80% (Ministério das Cidades, 2003). Os efeitos desse crescimento urbano sem planejamento suficiente materializam-se na paisagem urbana, sobretudo nas grandes cidades do chamado mundo em desenvolvimento. A gênese dos problemas é difusa, com origens nas fragilidades das políticas públicas, mas também com fortes componentes culturais e sócio-econômicos. São inúmeros os impactos, mas destaca-se a saúde coletiva e a qualidade de vida dos