Salamanca

Salamanca no Século XIX

Se durante o século de ouro, Salamanca ficou marcada por uma explosão social, econômica e cultural, no século XIX ela vive uma forte descida demográfica e uma grande transformação social da qual apenas saiu favorecida a oligarquia eclesiástica. Durante a primeira metade do século XIX, a população decresceu significativamente. Segundo o primeiro censo oficial de 1852, a população era de 15.213 habitantes. Essa queda foi atribuída aos efeitos da Guerra de Independência, assim como a crise do poder religioso e da educação proporcionada na Universidade. Entre os anos de 1807 e 1814 ocorreu a Guerra Peninsular, conhecida na Espanha também como a Guerra de Independência Espanhola, envolvendo Espanha e França de um lado, e Portugal e Reino Unido do outro. Durante a guerra mais de um terço dos tesouros artísticos de Salamanca foram destruídos. Em Outubro de 1807 entra na Espanha o exército de Napoleão; em Novembro, chegou a Salamanca um exército de 20.000 homens. Em Julho de 1812 aconteceu em Arapiles, próxima a Salamanca, a Batalha de Salamanca em que os franceses foram derrotados pelas tropas anglo-espanholas sob o comando do General Wellington. O exército francês destruiu toda a área sudoeste da cidade com a finalidade de realizar obras de fortificação. Ruas inteiras do bairro dos Milagres e da ladeira da Colina de São Vicente foram destruídas, assim como quase todos os colégios, igrejas e mansões localizadas entre a universidade e o Córrego dos Milagres.

Desenho de J. Clarke, Colorido de M. Dubourg da Batalha de Salamanca

Em 1837 aprovou-se a lei de confisco do ministro Don Juan Álvarez Mendizábal. Sua influência no desenvolvimento urbano salmantino foi fundamental, uma vez que a igreja era a proprietária da maior parte do solo urbano. O confisco tem um duplo efeito sobre a trama urbana: um certo número de conventos e seus jardins converteram-se em praças, contribuindo ao enriquecimento da trama urbana. Assim obteve-se