Revista Moderna

Terra Roxa e outras terras produzido em 1926, cujo objetivo era constituir-se como órgão divulgador de cultura, não restringindo-se apenas ao material literário. Apresenta uma temática variada e repleta de componentes simbólicos que possibilitam resgatar algumas diretrizes que uniam e identificavam o grupo paulista que o produziu. Essas diretrizes podem ser encontradas nas discussões dos temas: raça, cultura, brasileirismo, imigrantes, bandeirantismo, Anchieta e paulistanidade, revelando-se este último como tópico central, norteador dos demais. Além disso, identifica-se no periódico um movimento de invenção de uma nova tradição para o país, fixada segundo os objetivos do jornal literário, revalorizando figuras esquecidas, erigindo-as como símbolo da nacionalidade, em detrimento de outras anteriormente consolidadas. Há um movimento de rompimento com a tradição já estabelecida e reinvenção de uma outra, o qual não é exclusivo de Terra Roxa e outras terras, mas pode ser encontrado, em construção, durante outros momentos da história literária .

Terra Roxa e outras terras
Reprodução fac-similar dos sete números da revista modernista fundada em São Paulo, em 1926 (20/01 a 17/09).
Em formato de jornal, Terra Roxa tinha como principais colaboradores Antônio de Alcântara Machado, A. C. Couto de Barros, Mário de Andrade e Sérgio Milliet, além de nomes eventuais como Sérgio Buarque de Hollanda.
Apesar da semelhança com Klaxon nos propósitos de implantar o modernismo, Terra Roxa diverge no que diz respeito aos ideais nacionalistas assumidos sob a denominação de “brasileirismo”. Assim como o título “Terra Roxa” é uma alusão à riqueza cafeeira, a revista buscava o registro das manifestações folclóricas brasileiras, tinha ressalvas quanto à imigração e não publicava textos em língua estrangeira, nem praticava intercâmbio com o exterior.
A revista tinha seções fixas: Poesia, Pintura, Música, Esportes, Teatro e Romance e eventualmente apresentava fragmentos e transcrições