Resumo Vingança e Temporalidade: Os Tupinambos1

Manuela C. da Cunha e Eduardo Viveiros de Castros, “Vingança e temporalidade: os Tupinambás”, Anuário Antropológico 85, Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1986, pp.57-78.1
RESUMO
Leonardo Henrique Fretes Barbieri (RA.: 621773)
Os jesuítas ao encontrarem as sociedades Tubinambás tentaram realizar seu trabalho de cristianização. O texto trata da natureza guerreira e vingativa dessas sociedades. A guerra, realizada pelos Tupinambás, foi mantida estrategicamente pelos governadores gerais. Eles incentivavam a morte em campo dos inimigos e a escravização dos presos. Com o tempo, essa sociedade foi abandonando – coagidamente – a antropofagia, porém, o caráter guerreiro de morte em batalha não sucumbiu com a mesma facilidade. Os autores usam como referência narrativas de Thevet, Léry e Cardim para demonstrar que matar o inimigo não era satisfatório para os Tupis, sendo assim necessária a prática antropofágica. A vingança era, de fato, realizada não com a morte do inimigo, mas com a cerimônia no terreiro que envolvia o esfacelamento do crânio. Após o cerimonial, a carne do morto era compartilhada com aldeias aliadas. Todos comiam, exceto quem matou e não se podia perder nada do corpo. Entre várias, o canibalismo era uma das formas de o guerriro ganhar nomes. O esfacelamento do crânio era a mais notável. A quebra do primeiro crânio permitia a ascenção à condição de homem. Além de nomes, o guerreiro acumulava mulheres e desenhos que eram entalhados em sua pele. Assim o número de mulheres também era forma de se mostrar as vitórias. É mostrado no texto que o sentimento de vingança e valentia é introduzido no indivíduo logo após o nascimento, quando a mãe untava o seio com sangue do inimigo para que a criança o provasse. Manuela e Eduardo abordam a vingança como principal instituição da sociedade Tupinambá, onde tudo se articula e se insere. Consideram que os Tupis não contam com outra instituição e que tudo se resume a guerrear. A vingança podia ser feita