Resumo percar tempo

713 palavras 3 páginas
“Tempo é dinheiro?” pode ser, sem dúvida alguma, eleita como a frase que representa com mais exatidão a forma que nossa civilização atualmente trata o tempo. Hoje o tempo é visto como algo a ser ganho, acumulado, apropriado progressivamente, sem medidas ou limites. Como se ter mais e mais fosse o exemplo a ser seguido, o objetivo maior e unânime, o modelo instaurado, propagado e obedientemente reverenciado.

Da mesma forma egoísta, insustentável e irracional que o homem faz com as terras, os imóveis, os recursos e todo patrimônio universal contido no globo. Poucos são donos de muito. E o resultado não poderia ser outro: desequilíbrio. A desarmonia prevalece num sistema que coloca resultados, lucros e metas na frente da saúde ou da qualidade de vida.

Os bancos oferecem empréstimos para as pessoas realizarem o quanto antes o sonho de ter um carro zero ou fazer a primeira viagem à Europa. As lojas de departamento disponibilizam crediários para os consumidores não esperarem meses juntando para redecorar suas casas. As universidades disputam novos estudantes com o argumento de quem forma em menos tempo. A indústria comercializa produtos que prometem mais nutrição em menos tempo, mais músculos em menos tempo, mais beleza em menos tempo. E, mais do que tudo, menos peso em menos tempo.

É dentro desse conturbado contexto social e humano, que Ciro Marcondes Filho desenvolve os estudos e as idéias que o fizeram escrever Perca Tempo – É no lento que a vida acontece. O livro traça um panorama da situação em que a civilização moderna se encontra, expondo as consequências que a vida maquínica pode ter e esclarecendo de que forma podemos mudar esse quadro.

“Nossa vida cotidiana marcada por pressa, agitação, tensão nervosa, estresse, adaptada ao ritmo da concorrência, da exclusão do outro, das formas de contínuo desafio e confronto, imposta pelo ambiente social e por nossa determinação racional em seguir adiante, ocorra o que ocorrer – gera, no sistema neurológico,

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