Resumo Ensaio Sobre a Cegueira

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA

Em seu livro de ficção, o português Jose Saramago aborda o caos despertado por uma praga que traz consigo uma repentina, inexplicável e incurável cegueira que abate toda uma cidade não identificada.
Esta tal cegueira, chamada de “cegueira branca” - assim chamada, pois quem se infectava com essa doença, ficava cego, mas não viam a superfície negra, e sim esbranquiçada – se manifestou pela primeira vez em um homem que estava no transito e se espalhou, como uma grande epidemia, por todo o país.
As primeiras pessoas a se infectarem foram colocadas em quarentena, em condições inicialmente ate agradáveis, mas à medida que mais infectados iam chegando, essas condições se tornaram desumanas, pois os serviços estatais começaram a falhar. Em analise filosófica, nesse acontecimento, os cegos são reduzidos à essência humana, onde de acordo com Thomas Hobbes “Os homens vivem numa guerrilha de todos contra todos”.
Saramago nos lembra da “Responsabilidade de ter olhos enquanto os outros os perderam”. Nesse contexto, existe a figura da Mulher do Médico, a única pessoa capaz de enxergar, cujo papel na busca da dignidade de si própria e de todos os demais cegos confinados é fundamental. Daí a razão de se ter olhos enquanto os outros os perderam – “(...) em terra de cegos, quem tem olho é rei”. No caos da ce­­­gueira, o “obscurecimento branco” dos valores é inversamente proporcional à iluminação virtuosa advinda das qualidades de alguns poucos, caso da Mulher do Médico, única luz no insuperável fim de túnel da cegueira da indignidade.
Algo a ser comentado sobre a obra de Saramago é sobre a diferença entre a cegueira comum – a negra, na qual um cego comum tem a visão obscurecida- e a cegueira branca. A cegueira negra é só física, já a de superfície branca corresponde a inversão dos conceitos (constitucionais) de dignidade, liberdade, igualdade, fraternidade e solidariedade. É a perda do respeito às minorias e maiorias historicamente desfavorecidas. A