Responsabilidade na Pós-Modernidade

O termo Pós-Modernidade é usado com frequência para caracterizar a época na qual a sociedade vem passando por diversas mudanças, seja na política, na ciência ou nas relações humanas. A era moderna foi marcada principalmente pela crença na razão e no progresso, mas as últimas décadas do século XX foram cenário para o surgimento de um sentimento de incerteza que, segundo o sociólogo polonês Zygmunt Bauman (1998), é consequência da insegurança do mundo atual. Considerado um dos maiores pensadores e questionadores da atualidade, por trabalhar com os determinantes de nosso tempo e da pós-modernidade, Bauman trata, em sua extensa bibliografia, de diversos elementos que abalam nossas crenças a respeito do homem e do mundo.
Em entrevista exclusiva realizada em julho de 20111, o estudioso sugere a necessidade de uma Democracia Global, a ser criada pelas gerações futuras, que possa dar conta de toda a nação. Atualmente, a dimensão que a separação entre política e poder vem assumindo consiste no maior perigo à democracia, porque o Estado não tem poder suficiente para garantir à sociedade todas as promessas de um regime democrático (BAUMAN, 2011). Disso derivam os medos modernos e consequências individualistas sobre as quais o autor trata em sua obra Confiança e medo na cidade (2009), ao afirmar que, a partir desse momento de redução do controle estatal, as relações de parentesco entre as pessoas e o vínculos entre membros de comunidade foram fragilizados e até rompidos. Porém, o sociólogo afirma em sua entrevista, ao passo que as relações foram fragilizadas, foram também multiplicadas, ainda que não possuam a mesma essência – as da atualidade são muito menos rígidas e obedecem às palavras de ordem “conectar” e “desconectar”, típicas de uma sociedade pautada nas relações virtuais.
Estamos agora em uma posição em que todos nós dependemos uns dos outros. O que ocorre na Malásia, quer você saiba ou não, sinta ou não, tem uma tremenda importância na perspectiva de vida dos