Resenha Universidade no Século XXI : Segunda Parte : Que fazer?
Jelder Eric de Souza Lourenço
Boaventura de Sousa Santos. “A Universidade no Século XXI”. Parte II: Que fazer?.
O objetivo do sociólogo no trecho aferido será o de apresentar princípios os quais defende para uma “reforma criativa, democrática e emancipatória da universidade pública”, assim como apontar os atores sociais que seriam responsáveis por essa investida. A reforma, por sua vez, tem por finalidade “responder democraticamente às demandas sociais pela democratização radical da universidade” (p. 51). Para entendermos, no entanto, o porquê da necessidade de tal reforma, Boaventura de Sousa Santos vê a necessidade de analisar criticamente o lócus dessa instituição no século XXI.
Um primeiro tópico que emerge é o de globalização contra hegemônica, de forma a combater a cooptação da universidade pelo modelo neoliberal. Não é possível, pois, uma solução nacional sem uma articulação global, baseada na reciprocidade e no benefício mútuo, fora de regime comerciais. Essa transnacionalização alternativa é possibilitada pelas “novas tecnologias de informação e de comunicação e na constituição de redes nacionais e globais onde circulam novas pedagogias, novos processos de construção e de difusão de conhecimentos científicos e outros, novos compromissos sociais, locais, nacionais e globais” (p. 52).
Esse projeto, no entanto, não deve se limitar ao protagonismo de pessoas do contexto universitário, senão sustentado por forças sociais disponíveis e interessadas em protagonizálo: 1) sociedade politicamente organizada1 (grupos sociais e profissionais, sindicatos, movimentos sociais, organizações não governamentais e suas redes, governos locais
progressistas); 2) os que dentro da universidade pública denunciam uma postura conservadora de defesa do status quo2; 3) Estado3 e 4) o capital nacional em situação de contradição, pois depende de conhecimento científico, tecnológico ou gerencial produzido nas universidades.
PRINCÍPIOS
1. Enfrentar