Resenha projeto Nim

Na década de 70, pesquisadores da universidade de Columbia revolucionaram os estudos sobre a interação com chimpanzés ao criarem um como um bebê humano a fim de verificarem sua capacidade de absorver a linguagem de sinais. O animal em questão se chamava Nim, nascido em 1973.
Embora a descrição do documentário sugira algo leve e divertido sobre um macaquinho adorável vestido com roupas humanas e saltando alegre ao lado de crianças felizes, o filme "Projeto Nim" logo deixa claro que, para a maior parte dos envolvidos no projeto, Nim era menos um ser vivo e mais um simples objeto de estudo, já que ele foi doado a universidade com o intuito de revolucionar a ciência. Com o andamentos das pesquisas e estudos, o animal era afastado daqueles em quem passava a confiar apenas para ser atirado num novo e assustador ambiente sem qualquer aviso, finalmente sendo devolvido às jaulas mal cuidadas e opressivas nas quais nascera.
Como a grande maioria dos animais selvagens, Nim foi se tornando agressivo com o passar dos anos e cada vez ficava mais perigoso, causando uma série de incidentes violentos. Esses atos violentos podem ser caracterizados pelo fato de ninguém ali ter dedicado um tempo mínimo para se familializar com a natureza dos primatas.
Nim não era o verdadeiro culpado pelos ferimentos que causava nos membros da equipe, nos seus amigos, já que ele estava ali contra a sua vontade, vivendo num local impróprio para sua espécie. Ele simplesmente agia como um verdadeiro animal selvagem em defesa. Talvez, os próprios humanos foram os culpados por terem criado um chimpanzé fora de seu habitat natural.