Resenha Moça com brinco de pérola

Filme: Moça com brinco de pérola (Girl with a Pearl Earring)
Ano: 2003
Gênero: Drama
Duração: 99 min
Direção: Peter Webber
Roteiro: Tracy Chevalier (livro), Olivia Hetreed
Resenha crítica original por: Verônica Freire. (1 ano / Colégio Mundial)

Em uma adaptação visual que carrega o mesmo título do livro de Tracy Chevalier, Peter Webber despoja todo o seu âmago barroco em uma só obra. Ao dirigir Moça com brinco de pérola, Webber aceita a notória responsabilidade de absorver o mistério artístico que cerca apreciadores de Johannes “van” Vermeer, o estimado pintor holandês, ao longo de todos esses anos. Mostrou-se capaz, desprezando a pouca expectativa do público por carregar o mero título de “diretor de televisão”, e trouxe-nos uma película digna de três indicações ao Oscar.
Em forma de história e estória, funde-se a trama por trás da misteriosa tela que deu origem ao nome do filme. Interpretada por Scarlett Johansson, Griet é a camponesa retratada no quadro de Van Vermeer, interpretado por Colin Firth. Obrigada a ir trabalhar na casa do pintor por razões financeiras deploráveis, a jovem reflete dois extremos abordados bastante em toda cronologia cinematográfica. De um lado do abismo está a inocência de Griet, e noutro, sua sensualidade, e ambos expressos numa escultura impecável de atuação esculpida pela atriz ao dar estopim a um ato de excelência em sua carreira profissional.
Algo que destaca-se de forma imprescindível, é a excelente direção de fotografia. Onde a mesma, tendo como cenário o século XVII na ilustre Idade de Ouro holandesa, é deslumbrante de tão intensa que é possível lhe remeter à epígrafe apenas com imagens. Sendo assim, estabelecer todas as tomadas como uma pintura barroca viva sendo executada diante seu piscar de olhos. E além destas e outras peripécias, a semelhança ao estilo barroco é remetido durante todos os 99 minutos de filme de forma perene.
Griet, apesar da voz pausada e serena, carrega fortes intonações sensuais ao cujo