Resenha Filme "A Onda"

Enviado em 06/11/2014

“A onda” e o pensamento de Michel Foucalt“A onda” (“Die Welle”) é um filme alemão do diretor Dennis Gansel, lançado em 2008. Seu roteiro é baseado em fatos reais, ocorridos em 1967, em uma escola secundária na Califórnia, EUA. Trata-se da história de um professor que realiza um experimento com uma turma de alunos, criando uma situação que remete ao controle nazi-fascista. Porém, no filme, o roteiro foi adaptado para a realidade de uma escola alemã no ano de 2008.
No filme conhecemos Rainer Wenger, um professor jovem, de personalidade forte, que é designado contra a sua vontade para ministrar um curso de uma semana sobre autocracia. Vendo o desinteresse dos alunos em debater mais uma vez sobre o regime nazista – tema abordado exaustivamente nas escolas alemãs da atualidade – e ouvindo os mesmos afirmarem que seria impossível tais eventos ocorrerem novamente, Rainer resolve fazer uma experiência com a turma.
Sem deixar claro para os alunos o que está fazendo, o professor propõe que adotem em sala de aula uma figura de liderança, que será ele mesmo. Rainer, que agora deve ser chamado de “Sr. Wenger”, começa a impor regras e a enfatizar a importância da disciplina. Os adolescentes, por sua vez, vão entrando na “brincadeira” de forma natural, sem questionamentos. Os poucos a criticarem o novo sistema acabam cedendo diante da maioria.
Ao fazer uma leitura criminológica do filme, vemos que a história apresentada está fortemente relacionada com a Criminologia crítica discutida a partir do controle social. A forma como incorporamos a norma, especialmente a norma penal, sem promover uma reflexão crítica sobre a mesma; e como isso nos leva a também exercer um controle sobre os outros.
Assim, podemos relacionar “A Onda” com o conteúdo apresentado por Máximo Sozzo em “Polícia, governo e racionalidade – Incursões a partir de Michel Foucault”: em sua releitura do Panóptico, Focault diz que a torre de controle está dentro de cada um de nós. Nós