Resenha do livro "a língua de eulália"
Daniella Zorzett Cirqueira* A obra literária A Língua de Eulália escrita por Marcos Bagno que foi publicada pela em 1997 pela editora Contexto transforma as aulas monótonas de língua portuguesa, gramática e literatura em um romance ou novela sociolinguística. O texto claro, porém muito extenso, discorre sobre a história de três estudantes universitárias que escolhem a chácara de Irene,tia de uma das moças e que mora em Atibaia no interior do estado de São Paulo, para passar as férias escolares. O que não se esperava era que, as férias fossem utilizadas como um curso “intensivo” de revisão sobre a língua portuguesa. Os primeiros questionamentos sobre a língua portuguesa começam quando as universitárias, vindas da cidade grande e de contextos formais do mundo acadêmico caçoam do modo de falar de Eulália, amiga da professora Irene. A senhora humilde usa termos como: “véio”, “trabáio”, “cuié”, “broco", “grobo e probrema” entre vários outros. Diante da situação Irene sabiamente começa a mostrar às meninas as particularidades da cultura da língua; o modo próprio de falar, modos herdados de antepassados, ou mesmo dificuldade na língua (órgão) ao pronunciar certas palavras. Várias são as técnicas usadas pela professora aposentada para explicar de maneira atrativa e objetiva as possibilidades da língua portuguesa. Ela utiliza-se de passagens de textos, poemas e música para exemplificar o português não padrão e desmistificando os preconceitos culturais e linguísticos de que apenas a língua culta e o português padrão é o correto. Apesar da intenção do autor de mostrar as várias possibilidades da língua portuguesa, suas origens, suas interpretações e sua forma de apropriação pelas pessoas, sejam estas das mais variadas classes sociais e formações acadêmicas, o autor peca por inserir pequenas aulas de português. As aulas são suficientes para esclarecer os assuntos abordados por Irene porem tornam o livro extenso, por vezes