Resenha do livro "a batalha pelo primeiro emprego"
Desde a década de noventa que a trajetória de mobilidade social dos jovens teve uma interrupção no Brasil, e por conta disto, os índices de pessimismo entre estes, avançou para o segundo lugar na América Latina, ficando atrás apenas da Colômbia. Os motivos para este pessimismo, aponta Pochmann, vem da enorme desigualdade econômica, pelos altos índices de pobreza, analfabetismo e violência que geram uma expectativa negativa quanto ao sucesso destes jovens. Associado a isto, a economia nacional gera dificuldades para a estabilização e superação de dificuldades. A descrença nas autoridades políticas, que poderiam mudar tal realidade é cada vez menor, contribuindo para se acreditar que cada vez mais está difícil viver no país.
Pochmann conceitua juventude como a condição de vida que é referência do estágio de desenvolvimento de uma sociedade, ou ainda, uma forma de vida que se estende muito mais tempo que a simples etapa de 15 a 24 anos de idade. Para ele, a juventude não pode mais ser anunciada como preparação para o ingresso na vida adulta, ou mesmo como intermediação entre a escola e o trabalho. Sua crítica está posta quanto à idade do jovem, pois segundo sua análise ao definir este parâmetro há, necessariamente, que ser pensado quanto à longevidade da população no geral no Brasil. Caracterizar o jovem simplesmente como critério etário não o qualifica, pois ele tem significados e cultura própria em cada sociedade.
Com base nos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Pochmann ressalta que o ritmo de criação de vagas não foi suficiente para absorver os jovens - indivíduos com idade entre 15 e 24 anos - que ingressaram no mercado de trabalho. Em 1989, havia 16,1 milhões de jovens